segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

VOLTEI, apresentação de slides, do livro de mesmo nome, psicografia de Chico Xavier.




Irmão Jacob é o pseudônimo escolhido por Frederico Figner para se manifestar a partir do mundo espiritual. Frederico Figner nasceu em dezembro de 1866 em Milewko, na então Checoslováquia. Ainda muito jovem e buscando ampliar seus horizontes migrou para os Estados Unidos, chegando ao país no momento em que Thomas Edison estava lançando um aparelho que registrava e reproduzia sons por intermédio de cilindros giratórios. Fascinado pela novidade, adquiriu um desses equipamentos e vários rolos de gravação, embarcando com sua preciosa carga em um navio rumo a Belém do Pará, onde chegou em 1891 sem conhecer uma única palavra do Português.

Naquela cidade começou a exibir a novidade para o público, que pagava para registrar e escutar a própria voz. O sucesso foi imediato e, de Belém, Fred se dirigiu para outras praças, sempre com o gravador a tiracolo. Passou por Manaus, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife e Salvador antes de chegar ao Rio de Janeiro, no ano seguinte, já falando e entendendo um pouquinho do nosso idioma e com um razoável pé de meia. Na Cidade Maravilhosa Figner abriu sua primeira loja, a Casa Edison, em um sobrado da Rua Uruguaiana, onde importava e comercializava esses primeiros fonógrafos.

Fred Figner era um homem à frente do seu tempo e para coroar o sucesso nos negócios decidiu erguer uma residência que espelhasse seu perfil empreendedor. A hoje conhecida “Mansão Figner”, situada na Rua Marquês de Abrantes 99, no Flamengo, abriga o Centro Cultural Arte-Sesc e o restaurante Bistrô do Senac. É considerada um exemplo arquitetônico raro de “casa burguesa do início do século 20″. Fred Figner utilizou-a como hospital, em 1918, durante a pandemia conhecida como Gripe Espanhola. Embora ele próprio ter contraído a enfermidade, atuou como um prestativo auxiliar de enfermagem, transformando seu palacete em uma improvisada enfermaria de campanha que chegou a abrigar quatorze pacientes em seu interior.

Fred era um homem generoso e solidário. Pela própria natureza do trabalho nas suas duas gravadoras havia se tornado amigo de muitos músicos e cantores de sucesso. Em uma época que antecedeu à criação da Previdência, ficou consternado com a situação de penúria que alguns desses artistas enfrentaram ao chegar à velhice. Sensibilizado com esse verdadeiro drama social, não titubeou e decidiu doar o terreno, em Jacarepaguá, para a construção da modelar instituição Retiro dos Artistas, que funciona até os dias de hoje.

Constituiu família com Esther Reys, união da qual foram gerados seis filhos, inclusive a pequena Rachel, que, tempos depois de desencarnada, materializou-se na presença do pai, em Belém (PA), com o auxílio da médium Anna Prado. Em 1903, o autor já participava de atividades da Federação Espírita Brasileira, local que trabalhou como tesoureiro, vice-presidente e membro do Conselho Fiscal, além de médium passista e receitista. Irmão Jacob contribuiu com a FEB Editora com o título: Voltei. Frederico Fígner desencarnou em 19 de janeiro de 1947, aos 81 anos, no Estado do Rio de Janeiro.
 
 

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