A obra veio a público em 18 de abril de 1857, lançada no Palais
Royal, em Paris, na forma de perguntas e respostas, originalmente
compreendendo 501 itens. Foi fruto dos estudos de Kardec sobre os
fenômenos das mesas girantes, difundidos por toda a Europa em meados
do século XIX, e que, segundo muitos pesquisadores da época, possuíam
origem mediúnica. Foi o primeiro de uma série de cinco livros editados
pelo pedagogo sobre o mesmo tema.
As médiuns que serviram a esse trabalho foram inicialmente as jovens
Caroline e Julie Boudin (respectivamente, com 16 e 14 anos à época), às
quais mais tarde se juntou Celine Japhet (com 18 anos à época) no
processo de revisão do livro. Após o primeiro esboço, o método das
perguntas e respostas foi submetido à comparação com as comunicações
obtidas por outros médiuns franceses, num total de "mais de dez", nas palavras de Kardec, cujos textos psicografados contribuíram para a estruturação do texto.Segundo Canuto de Abreu, na página VII de O Primeiro Livro dos Espíritos,
a segunda edição francesa foi lançada em 18 de março de 1860, tendo o
Livro dos Espíritos, naquela reimpressão, sido revisto quase "como
trabalho novo, embora os princípios não hajam sofrido nenhuma alteração,
salvo pequeníssimo número de exceções, que são antes complementos e
esclarecimentos que verdadeiras modificações" (1). Para esta revisão,
Kardec manteve contato com grupos espíritas de cerca de 15 países
da Europa e das Américas. Nesta segunda edição é que aparecem 1018
perguntas e respostas, sendo que algumas edições atuais trazem 1019
perguntas, acréscimo que, segundo a FEB (Federação Espírita Brasileira), foi
devido ao Codificador não ter numerado a pergunta imediatamente após a
1010, aquela que seria a 1011. Assim sendo, o livro teria, na prática,
1019 e não, 1018 perguntas.